quarta-feira, 18 de maio de 2011

à noite nem todo mundo é daltônico

Eu acho, acho que todos os garotos são exatamente iguais. Os mesmos braços, os mesmos bicos na luz apagada, todos iguais. O cabelo escuro caindo pelos olhos, tudo igual, sempre igual. Sempre irritante, sempre me dá embrulho no estômago. Tudo previsível, lindo e prevísivel. Bonito, chato, chato, bonito. Eu odeio ter que fingir ser alguém que não sou. Mas, se eu for simplesmente eu, não é o bastante.

No fim, a pessoa que atualmente mais tenho vontade de apertar para sempre mal tem 21 anos. Não quero apertá-lo de maneira sexual (socorro), mas a corrida ao som de nossos risos infantis, com os cadarços imundos arrastando pelo pequeno corredor de 4m todos os dias pontualmente às 14:38, fazem do meu dia a coisa mais espetacular de todas. Nada de sentimentos, nada de ser um pedaço de carne pendurado no açougue. Em três meses, eu nunca fui tão eu. Posso ser eu sem ser a "sedutora", que é como geralmente encaixam meu perfil - estão todos errados, eu sou tímida pra caramba -  ou sem estar com alguma parte do meu corpo de fora, ou fingindo ter um excesso de berço que não tenho. Posso fazer as piadas que eu quiser, estar escabelada, nem mesmo preciso estar usando lentes de contato - odeio. Eu sempre sou eu das 7:30 às 15h.

Aos grandes olhos daltônicos, eu sou eu, em partes. 

Mas é provável que não nos vejamos mais, e eu não fico feliz. Nem triste.

Só apática, em como as pessoas são previsíveis.

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