domingo, 6 de junho de 2010

Menino bonito, menino bonito, ai

Nunca ousaria dizer que te perdi, afinal nunca se perde o que nunca se teve. Sei que de vez enquando você dá uma passada por aqui, ou dava, enquanto era conveniente pra você me fazer suspirar ou levar meu coração, ou ter algo de interessante e bonito pra me dizer. Pra me fazer acreditar que minha poderia ser realmente interessante pra você ou algo do gênero. Ou pior ainda, que eu escrevo bem (você dizer isso pra mim não vale, viu Marcelo, você é engenheiro e todos sabemos que somos pessoas analfabetas funcionais rs).

Tudo aconteceu muito rápido, muitas surpresas, poesias sobre unhas azuis-marinho, eu estava feliz, todo mundo estava feliz. E então do nada, sei lá, tudo mudou. Meu gostar não mudou, continua o mesmo, aqui sentadinho, os olhos cinzentos apertados esperando o ônibus, as mãozinhas sujas de militos (eu curtia, ok?), os pés calçando uma única meia soquete, balançando os dedinhos felizes, esperando você dobrar a esquina, com os olhos brilhando, e coçando o nariz quando a última coisa que virou a esquina foi o cachorro do vizinho. Nada de você.

Disseram que você era um menino bonito. Na verdade nem precisariam ter me dito, porque isso está muito claro. Sou hipermétrope, mas não sou cega. Viver é uma grande coincidência, e eu acho que a música que ouvi ontem explica muita coisa sobre tudo que eu acho:


Veio até mim
Quem deixou
Me olhar assim
Não pediu
Minha permissão
Não pude evitar
Tirou meu ar
Fiquei sem chão

Menino bonito, menino bonito, ai
Menino bonito, menino bonito, ai.

Eu gosto de você, menino lindo. Mas sei lá. Não sei. Não te interessa.


denovodezoito@hotmail.com

2 comentários:

Raquel B. R. disse...

Que droga: história que eu não conheço!!!

Mas o texto tá lindo, hahaha...

Beijão!

Sou uma Cumbuca disse...

História que não conheço, mas muito familiar, mesmo assim!

Realmente, adorei esse blog.

Cumbuca Mor

 

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