Não gosto de ser a mesma sempre e, com o tempo acredito que todas as mulheres vão adquirindo trejeitos com o tempo. Homens, talvez. Li isso em "A Casa dos Budas Ditosos" e concluí que sim, vamos adquirindo coisas que não são nossas, com o decorrer da vida e panz.
Ando com os pés ligeiramente pra dentro - confesso que só reparo nisso quando vejo meus tênis desgastados de um lado só - tique provavelmente adquirido após ler um trecho de Lolita aos 17 anos. O sorriso, em partes, também é adquirido, especialmente este:
Não reparem na testona brillaaando nu Curínthia plix.
O sorriso "natural" é cheio de dentes demais, acho digno quando estou feliz pra caralho, mas quando quero ser misteriosa sai assim como na foto. Nas primeiras 300X foram forçados, mas agora é algo absolutamente natural. Juro que não lembro daonde saiu isto, deve ser de algum filme.
Não sei porque, com o tempo, fiquei excessivamente expressiva. Cansei de ouvir como sabem ler o que penso só de olhar pra minha cara. Um dos olhos levemente fechados, um trejeito diferente com o nariz, qualquer coisa com a sobrancelha, tudo tudo que nunca foi meu, mas que fui pegando aqui e ali e foi se tornando parte de mim. Uma atriz nata, fato. Devo ter uns dez jeitos de rir diferentes, sério. Às vezes me descontrolo e sai alto demais.
Não posso acreditar que entre tantas pessoas, só eu me aposso de coisas que não são minhas e as incorporo, como se sempre estivessem ali. Não acho que seja uma questão de múltipla personalidade, acho que é uma questão de adaptação. Cada lugar uma máscara diferente, um trejeito diferente. N maneiras de ser única, de ser eu. Eu já guardei, por vergonha, um "eu te amo" tendo muita vontade de dizer e sendo absolutamente sincero se dissesse e já disse um "amo você" não por não amar realmente (existem N formas de amor - na minha cabeça oca) mas simplesmente porque a pessoa é tão especial que me deu vontade de dizer, ali, assim, na hora. Embora não merecesse. Tem gente que não merece. Perdi alguém que amei muito por falta de eu te amo. Agora eu falo, foda-se, é tudo meu, tudo sou eu.
qualquer coisa:
twitter: /jules_at_play
kizzeeess.
5 comentários:
sempre acompanho seus posts tanto aqui quanto no CF. Não canso de pensar em como me identifico 100% com o teu jeito. Ñ tenho muito que falar (até porque detesto coisas repetitivas) pois tu já disso tudo neste textos e nos outros que escrevestes.
O teu último parágrafo me chamou bastante atenção por eu sempre pensar nisso e não ter respostas. Dizia que era um pedaço de pedaços e que minha personalidade não tinha nada de meu. Pode ser que seja verdade. Mas também é verdade que todos nós estamos cheios de trejeitos das coisas que gostamos.
Adoro o esse guia de kidults sem prática ;~
beijos ;*
Olá Jules.
Achei você pelo blog da Caroline.
Gostei muito desse textos. E sim, todos somos assim. É a capacidade que temos de nos adaptarmos aos diferentes ambientes e às diferentes situações da vida. Quem não é, sofre. Prefiro ser, então!!!
Ah, tenho tantos trejeitos que acho que sou tipo um Frankenstein de ações-reações. Desde alguns bordões até uma sobrancelha levantada e a necessidade de se expressar com as mãos (essa em fase de aperfeiçoamento acho que desde que nasci - pense numa mulher estabanada!). Hahahaha.
Adorei o post e adoro o blog - apesar de ser minha primeira vez comentando.
Beijo!
Heleninha, gosto muito do seu blog, sempre te acompanho
então te peço para dar uma olhada no meu, ver se gosta.
Não te conheço pessoalmente nem nada. mas estou tentando publica-lo porque as pessoas que eu conheço não podem lê-lo. gosto de escrever para desconhecidos assim como voce, hahaha
o estilo é diferente do seu. mããs, quem sabe né ?
http://nextchoicebestchoice.blogspot.com/
não tenho ideia pra titulo, nem pro link nem sei arrumar o blog, mas adoro escrever. então ele é uma baguncita.
beeeeeeijo, D.
ah que bom que você gostou ! de verdade (:
brigada por dar uma olhada.
beijo, Dani
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